Meu amor ,nessa hora
mais escura,debulha
teu riso,e se de subito
vês que meu sangue mancha
as pedras lá da rua,
ri,então,pois teu riso
será para estas mãos
como uma espada nova...
Junto ao mar no outono
teu riso deve alçar
sua rede de espuma
e em primavera,amor,
quero teu riso como
a flor que eu esperava,
a flor azul,a rosa...
Ri,amor,ri da noite
ri do dia e da lua,
ri ainda das ruas
tortuosas da ilha,
deste desajeitado
rapaz que assim te quer,
quando,porém,eu abro
meus olhos,quando os fecho,
quando meus passos vão...
quando voltam meus passos...
nega-me o pão,o ar,
a luz,a primavera,
porém,teu riso nunca,
porque eu morreria...
Pablo Neruda
Este poema dedico a esta mulher maravilhosa,que veio trazer um novo sentido a minha vida...